segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Fazendo vontade!

Embora tenha sido menos concorrido, o sorteio de outubro fez vontade demais em quem participou, né?! Em mim também! Me senti como se tirasse o pirulito da mão de quem não ganhou. Continuo sofrendo por não poder presentear todos vocês!

Eu li um exemplar de Manuelzão e Miguilim emprestado da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa. Acredito que ele ainda esteja lá. É uma boa opção de envolvimento, viu?! Gosto muito do espaço, da diversidade de livros oferecidos, das pessoas que trabalham lá, das atividades que já vi acontecendo. Sou um pouco suspeita, porque sou ratinha de biblioteca. Foi numa dessas que aprendi a gostar de ler. Fica a dia, então. E quem for, me convida!

Quem ganhou o livro de Guimarães Rosa foi o Jean, sem nenhuma marmelada! Apesar de ser um namorado maravilhoso, ele fica falando na minha cabeça a cada sorteio, insistindo que vai ganhar todos os livros escolhidos... até que chegou a vez dele! Aiaiai... Melhor pra mim, que vou ler antes dele! Como se eu já não tivesse feito isto antes, né, Dani Braga e Marcelo?!

Muito obrigada pela participação e envolvimento, pessoal!

Adorei a estória da Barbie com o Ken, Syl. Como massa de bolo e de pão de queijo até hoje, Íria. Confesso que às vezes os urubus dão uma espiadinha na minha cama, Ita. Fico imaginando um pé de melancia na minha barriga, Dani. Também seria muito feliz de poder sair do banho com um cobertor, Rapha. Fico gripada mesmo não tirando meus pés frios de debaixo da coberta, Poly. Morreria de dor de barriga, e não de derrame, com leite, ovo e manga batidos, Jean. Acho que quando a gente morre, Marcelo, a gente ganha uma limpeza automática antes de chegar no céu. Tive muito medo do homem do saco e da doida da rua, Bárbarah. O pé de couve crescendo na cera teria ganhado o concurso das maluquices de nossa infância, Keylla.

Um beijo... e até o próximo dia 30!

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Pra não deixar de ser criança!

Poderíamos passar horas a fio discutindo, refletindo, questionando a violência contra as crianças, a desnutrição infantil, a desigualdade social... E ficaríamos outras tantas horas divagando sobre a realidade das escolas brasileiras, as condições de trabalho para alunos e professores da rede pública, a educação que vem de casa, a nova geração que estamos formando... e por aí vai. Mas só por hoje, ou só por esse mês que se foi, deveríamos nos permitir ser criança outra vez.

É bom poder pensar que os problemas são todos de matemática, acordar cedo só pra ver desenho ou jogar bola na rua. Brincar de pega-pega, pique-esconde, amarelinha... Roubar brigadeiro em festa, furar com o dedo o bolo de aniversário, esperar pela surpresinha... Acreditar em Papai Noel, coelhinho da Páscoa, duendes, bruxas, bicho-papão... Ter uma melhor amiga, o gatinho da turma, a vó, o vô, a professora, o moço da bala na porta da escola... O sorriso "com janelinha", a gargalhada gostosa... Cheiro de Johnson's, maquiagem rosa choque, cabelo de Xuxa, tênis do Senninha...

Escolhi o livro desse mês pensando exatamente nas crianças, em todos os dias só delas e em todos os dias em que podemos ser como elas. Nada menos que Guimarães Rosa, com o seu Manuelzão e Miguilim, um volume composto por duas novelas: "Campo Geral" e "Uma Estória de Amor". "Campo Geral" é o relato lírico da infância do menino Miguilim, narrado em terceira pessoa, sob a perspectiva de Miguilim, menino inteligente e sensível que mora com a família na mata do Mutum (MG). A narrativa é organizada segundo a vivência e as experiências desse jovenzinho que está constantemente observando as pessoas e as coisas situadas em seu universo sertanejo. O leitor vai desvendando a cada passo o mundo afetivo de Miguilim, transbordado de alegrias e de tristezas, misturando-se nele as reflexões e os deslumbramentos. Guimarães Rosa capta o universo infantil, culminando com o deslumbramento dessa criança ao ver o mundo, quando um doutor lhe descobre a miopia. A segunda novela presente no volume é "Uma Estória de Amor", narrativa que revela o outro lado da vida, a velhice, retratada pela vertente de um vaqueiro que nunca havia se fixado, nem alcançara a estabilidade doméstica, senão no final da vida, já velho. Aos sessenta anos recompõe a família, construindo uma casa e, como promessa à mãe, uma pequena capela na fazenda da qual era administrador. As duas novelas completam-se, mostram a infância e a velhice, cujos protagonistas fazem da descoberta e da recordação os pontos altos da matéria literária.

Assim, a função dos envolvidos que quiserem ganhar o livro de Guimarães Rosa, no sorteio, será relembrar alguma fala de seus pais que ficou marcada no desenvolvimento de vocês. Meu pai, por exemplo, sempre dizia que eu deveria comer beterraba para ficar com as bochechas rosinhas. Comi beterraba demais sem gostar, viu?! Outra que me dá gastura até hoje era dizer que se eu não escovasse os dentes, a barata viria a noite pegar os restinhos de comida na minha boca. No caso de vocês, valem até os clássicos, como "quem mexe com fogo faz xixi na cama, menino" ou "não vai pra rua, que homem do saco te leva". Vale até inventar um para a atualidade.

Vamos brincar de concorrer a um lindo livro, sem deixar de ser criança! 

Deixo aqui um vídeo para as crianças que já cresceram...


Vocês têm até o dia 30 para se envolverem! Boa sorte a todos! Um beijo!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Levanta! Sacode a poeira!

Muitas das vezes as críticas funcionam mais como um puxão pela blusa do que como uma rasteira. Já repararam?

Estava eu lá no fundo do poço outra vez (sem escafandro, porém), prostrada no chão como criança fazendo pirraça. Foi então que percebi o tanto que fui/sou/estou mimada.


Meus pais até tentam, do jeito deles, fazer com que eu me mova. Esperam abertamente que eu tome alguma atitude. Mas eu fico ali, pedindo atenção, de cara emburrada.


Eu fico nesse charminho, vulgo "@#$% doce", me fazendo de vítima da minha vida, vítima das minhas próprias escolhas. Até que chega um momento em que a vergonha alheia passa a ser tão minha que me fere o orgulho.


Dessa forma, declaro hoje um bom dia para desmascarar toda essa minha birra disfarçada de auto-sabotagem. Também me declaro extremamente grata às fortes presenças da Keylla, da Poliana, do Jean, da Íria, da Adriana,  da Suellen, da Bárbarah e (por que não?) de algumas boas vacas brabas no meu caminho. Exemplo de filha única que sou, confesso que os puxões de camisa são, para mim, imprescindíveis. 


Depois disso, só me resta levantar, sacudir a poeira e seguir em frente, feliz com a #nãoseimaisquenúmero chance de dar a volta por cima.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Eu confio na quinoa!

Cozinhar é um ato social. Poder cozinhar para mais pessoas é indiscutivelmente melhor do que só pra gente mesma. Melhor ainda quando podemos acrescentar novos gostos aos paladares amigos.

Desta vez, fui parar numa república masculina, de comedores de molhos, massas, frituras, pimentas e muita carne! Estava, há tempos, com vontade de comer quinoa outra vez. Então, comentei com o Jean (o namorado) e o André. A proposta foi um risoto de quinoa com brócolis, acompanhado de um bom vinho e, inevitavelmente, um bife de contra-filé banhado com pimenta curtida no mel e na cachaça. 

Não adianta eu me iludir na tentativa de mudar os hábitos carnívoros de alguém. Basta, para mim, despertar uma pequena reflexão sobre o que comemos todos os dias. 

A quinoa foi uma novidade para eles. Por isso mesmo, sofreu certa resistência. O coitado do brócolis, então! O jantar, contudo, foi um sucesso! Ufa! Mesmo com aparência de mingau ou de qualquer prato hippie que se preze, não sobrou nada na panela pra contar história.

Sobre a quinoa

A quinoa (Chenopodium quinoa) é uma espécie granífera domesticada pelos povos habitantes da cordilheira dos Andes há milhares de anos. É uma planta anual, com ciclo variável em função da latitude e da altitude de origem. Seus grãos são pequeninos, de cor de areia, de textura leve e macia e com gosto parecido com nozes. Pela semelhança da planta, quando nova, pode-se definir a quinoa como "um espinafre que produz grãos".

100 g de quinoa contém: 13 g de proteínas, 6 g de fibras, 2,2 g de gordura polinsaturada, 9,2 mg de ferro, 411 mg de fósforo, 740 mg de potássio, 211 mg de magnésio, 820 mg de cobre, 3,3 mg de zinco, 820 µg de vitamina B3, 1 mg de vitamina B5 e 2,6 mg de vitamina E.

De onde vem a inspiração?

(Ilustração minha)
Inconveniente! De repente me invade na rua, no banho, no ônibus. Inoportuna! Sempre aparece quando não posso cantar, nem gravar ou escrever. Não escolhe hora, lugar, intensidade; vem chegando sem avisar, tomando a cabeça, sufocando o peito. Que angústia...Vou perdendo pelo dia as ideias que surgiram e só me alivio quando chego em casa e posso abraçar o violão, rastrear umas notas, vasculhar melodias ou simplesmente rabiscar desenhos e palavras, me enganar entre palavras, imagens e sons.
Quando ela chega, sou plena! Não importa muito o que está acontecendo, qual música virá, qual a forma do rabisco, qual cor, verso ou prosa. Se feliz, triste, complexa, se cheia de contradições ou palavras bobas, se os traços saírem tortos e imprecisos; importa que naquele instante eu sou viva e sou completa. Deixo o inconsciente trabalhar, deixo a letra vir, a melodia brotar, as cores conversarem. E mesmo que venha de uma grande desilusão ou de uma angústia gigantesca; é sempre bem-vinda.
A inspiração torna a vida suportável. Ela mergulha em beleza o sentimento mais desprezível e a realidade mais fugaz. Quero tê-la sempre, que sê-la sempre! Abro agora o peito para novas invasões; que venha! Gosto de derramar seus frutos com palavras, gestos, canções avulsas. Ou então, com o simples silêncio. Se inspiro ou se respiro, me inspiro. E me transformo!

"E o peito meu
Fibra por fibra
Apaixonado vibra
Com prima e bordão
E é aí que eu
Sinto a mão de Deus
Na minha mão. "

Música de Raphael Rabello, letra emocionante dele e do poeta Paulo César Pinheiro. Para inspirarem-se:

http://www.youtube.com/watch?v=27avitG3EAw

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Alumia do Espantalho

Quando eu era criança, assistia ao filme do Mágico de Oz incansáveis vezes. Adorava os sapatinhos da Dorothy,  o Totó, o Espantalho, o Lenhador de Lata e o Leão, na Terra de Oz. Somente há pouco tempo, porém, é que li o livro de Lyman Frank Baum.

No trechinho em que Dorothy e Totó encontram o Espantalho e ela o convida para seguir com eles até o Grande Oz, o Espantalho demonstra seu interesse por um cérebro. Ele não se importava que suas pernas e o resto do corpo fossem feitos de palha. Era até bom, pois não se machucava. Contudo, julgava-se um tolo por não possuir um cérebro. Como é que ele poderia saber alguma coisa, se possuía palha no lugar dos miolos?

Foi então que encontrei um "Alumia" bastante sábio, vejam só o que o Espantalho diz à Dorothy:

"- Vou lhe confessar um segredo. A única coisa neste mundo de que tenho medo é... Você adivinha?
 - Hum, vejamos... Já sei! O fazendeiro que fez você!
 - Não - respondeu o Espantalho. - A única coisa que eu temo é um fósforo aceso."

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Sorte no amor

Amores, fiquei muito, muito mesmo, feliz com o envolvimento de vocês nesse sorteio. Foram tantas músicas boas! Todos com vontade de ganhar um bom livro e meu coração dividido, querendo distribuir um Rubem Alves pra cada um.

Apesar de não gostar, achei o link de download para quem não ganhou, mas pretende ler tanto quanto eu.

O sortudo de setembro foi o Marcelo, amigo romântico, que, não duvido, vai ler Rubem Alves ao lado de ou para alguma felizarda por aí.

Aproveito para pedir aos ganhadores que deem algum retorno sobre o livro ou sobre a livraria D´ Plácido, onde foram buscá-lo. Vocês ficaram satisfeitos com o presente e com o atendimento deles?

Para fechar, deixo a música lindinha da Poly, com o vídeo, que traduz tudo o que senti ao fim do sorteio de setembro. Muito muito muito obrigada! Vocês cabem todos no meu coração!