domingo, 29 de maio de 2011

Igual cabeça de bacalhau

Em clima de sexta-feira da paixão, fui pra cozinha preparar uma bacalhoada sem bacalhau (sugestão de uma grande amiga) pro almoço de amanhã com outra grande amiga.

Daí, comecei a refletir sobre o tal dia santo. Não foi só um caso que vi de pessoas que saíram na sexta-feira apaixonada e não beberam, esperando a meia-noite. No sábado santo, tudo pode. Meia-noite e pronto! Voltamos ao pecado!!!

Esse pensamento é quase o mesmo do que quero sugerir agora: a Segunda sem carne. É um dia só, semanalmente. Um sacrifício enorme para alguns, um benefício, ainda que pequeno, para o mundo. Não que eu tenha dó dos bichinhos... só não valorizo a alimentação e os costumes errados que carregamos. Francamente, comer pão com linguiça numa manhã de domingo chega a ser falta de educação.



Enfim, sei que não é fácil cuidar da alimentação em dias de correria, lutando contra a praticidade. Mas acredito que um dia só não faça mal a ninguém, assim como um dia sem pecado já nos reserva uma vaguinha no céu...

Vamos começar amanhã?!


ps.1: quantos bacalhaus são necessários em uma sexta-feira santa?
ps.2: as cabeças de bacalhau vão pra onde?

sábado, 28 de maio de 2011

Sorriso

Um sorriso é cheio de dentes. Assim, alinhadinhos, um ao lado do outro, os de cima nos intervalos dos de baixo. Quando eu ganho um sorriso aberto, a vida alumia. Tem sorriso que abre a janela. Tem sorriso que parece que vai tomar conta da gente. Sorriso de dentes desobedientes. Sorriso sem dentes. Sorriso branco. Sorriso amarelo. Um sorriso... um só riso...





terça-feira, 24 de maio de 2011

Caixinha de fósforo

Quantas histórias cabem em uma caixinha de fósforos?


A brincadeira é a seguinte: você pega um fósforo, acende e diz o que você quiser - se apresenta, conta uma história, não diz absolutamente nada, canta uma música... sei lá... somente enquanto a chama estiver acesa. Apagou, acabou!

A partir disso, estou lançando, aqui no blog, a série Alumia! Como já está claro pra quem me acompanha, eu não sigo tratamentos tradicionais. Vou em busca de mim e da minha cura por outros meios. Para tanto, me proponho a carregar a minha caixinha com toda a minha pólvora e todas as minhas histórias. Se alguém quiser, eu passo o fósforo também. Porque a chama alumia a mente. O fogo é muito breve pra não vir cheio de poesia. Se você der mole a chama acaba e uma grande história se perdeu em fumaça. Não dá nem tempo de telefonar pra criatividade. E se, por outro lado, a gente resolve lamentar a vida, a chama dura uma eternidade... até queimar os nossos dedos.

A primeira história chega em homenagem ao tapa na cara bem merecido que levei na dança hoje:

Meu nome é Priscilla, com dois L's, Pacheco. Eu não sei voar nem recitar. Eu pio baixinho e esqueço da poesia própria das coisas e das pessoas. Eu não sou decidida. Nunca fui violentada. Eu não sou homosexual. Eu não passo meu telefone pra qualquer um. Ultimamente, eu não tenho passado meu telefone pra ninguém. Mas se a Kátia Flávia me pedisse, eu daria. A Kátia não tem problemas de auto-afirmação ou crises existenciais. Eu tenho. Tem gente que é um pouco assim como ela, orgulhosa do que faz e do que é. Eu não. Mas, não! Isso aqui não é psicologia. Não! É poesia! Pára de surtar e inventa!

domingo, 22 de maio de 2011

Entrei no escafandro e não consigo sair. Alguém me tira daqui?!

O escafandro é aquela "vestimenta impermeável e hermeticamente fechada, provida de um aparelho respiratório, e própria para o mergulhador permanecer muito tempo no fundo da água". Diferente de "Epistemologia", palavra que não sei definir, mesmo com a ajuda de um dicionário ou de imagens. Mas é claro que não comecei este post pra isso! Preciso contar das minhas tristezas, infelizmente. O que não é nada fácil...

Há cerca de três semanas não consigo terminar os trabalhos de faculdade, não quero ir à aula, tirei férias por minha conta e risco. Tudo que diz respeito ao Design me faz tremer, dá dor no estômago e na cabeça... Pra piorar, tenho a sensação de que carrego pesadas energias negativas nos ombros. Por não querer passar isso pra ninguém, tenho dado bolo em grandes amigas, tenho tentado proteger as crianças e as pessoas com quem trabalho, meus cachorros e minhas plantas, tenho me trancado em mim mesma. Sempre fui desse tipo, embora tenha aprendido que desabafar ajuda a encontrar soluções.

Parece estranho, porque um dos posts anteriores cospe felicidade por aí. Estou dançando, andando de carro pra onde quero, trabalhando com o que gosto, formando, pensando em casa nova... Decerto, dizem as pessoas que quem tem tudo, não tem felicidade! Como essas máximas me irritam!

Nesse período, recebi carinho de pessoas inesperadas, críticas e queixas dos meus pais, comentários das pessoas ao meu redor... tentei, tentei emergir desse meu "fundo do poço", sem muitos resultados positivos. Prometo que continuarei tentando, de gotinha em gotinha de floral...

Epigrama n. 2
de Cecília Meireles

És precária e veloz, Felicidade.
Custas a vir e, quando vens, não te demoras.
Foste tu que ensinaste aos homens que havia tempo,
e, para te medir, se inventaram as horas.

Felicidade, és coisa estranha e dolorosa:
Fizeste para sempre a vida ficar triste:
Porque um dia se vê que as horas todas passam,
e um tempo despovoado e profundo, persiste.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Leeeia 30 páginas... Leeeeeia 30 páginas...


Claro que não é tão atrativo quanto o chocolate hipnotizante, mais conhecido como Batom. Eu sei, eu sei. Às vezes dá preguiça mesmo, às vezes é falta de disciplina e dedicação também. Estou quase completando 1 ano de blog, com quase 50% de débito. Não sei se sirvo de exemplo pra alguém, não sei qual o alcance do blog, não sei o que pensar dos meus resultados. Pretendo continuar acreditando na minha meta... e, por favor, preciso de incentivo!

Um estímulo pode ser, por exemplo, esse texto que pego emprestado do blog do Professor Antônio Machado:

Leitura: obrigação ou prazer?

"A coisa só vai mudar mesmo, na prática, ano que vem. Mas já se pode dizer que o currículo das escolas inglesas passa hoje por uma grande revisão, especialmente no que toca ao ensino da língua.

É que o governo da Inglaterra está com os olhos voltados para o que as crianças andam lendo na escola. Na verdade, preocupa-se com o que os alunos estão deixando de ler nos primeiros anos de ensino formal.

O ministro da Educação inglês, Michael Gove, é quem lidera a revolução que está para acontecer. Ele, que se diz tradicional quando o assunto é ensino, acredita que as escolas afrouxaram o aprendizado e dá como exemplo os alunos de segundo grau, que leem cerca de dois romances por ano. Segundo Gove, o ideal era que fossem 50 livros, pelo menos.

Por isso, o Ministério da Educação quer implementar uma lista de leitura obrigatória, de livros e autores, para crianças entre 5 e 11 anos. O problema seria, então, corrigido ou evitado ainda no primeiro grau.

Vocês não imaginam o debate que a ideia está gerando no país. E olha que a medida ainda nem saiu do papel. Enquanto autores de livros infantis se pronunciam, e dizem que professores têm de ter a liberdade de indicar as obras que mais se adequam ao perfil de seus alunos, especialistas em educação afirmam que a medida vai fazer com que os alunos passem a detestar ler.

“Esse Michael Gove é um totalitário, um ditador da leitura!”, exageram.

Quase que inevitavelmente, a história me faz lembrar de outro ditador do ramo, só que brasileiro, um professor da Universidade de Brasília.

“Ditador” e “louco” eram provavelmente os adjetivos mais sutis dados pelos alunos a Gilson Sobral, do Departamento de Letras, um professor igualmente adorado e odiado pelos universitários. A semelhança entre Sobral e Gove? Uma infame lista de obras imposta aos alunos.

A ideia de Sobral era simples: apresentar aos jovens uma relação de clássicos da Literatura e obrigá-los a ler um por semana. Para certificar-se do cumprimento da tarefa, elaborava provas extremamente específicas, aplicadas todas as segundas-feiras. Não dava para enganar o ditador. Quem trocasse os livros por resumos tirados da Internet não conseguia fazer a prova. Era reprovação na certa.

Foi assim que eu, aos 18 anos, fui apresentada a Cervantes, Dante Alighieri, Platão, Camões, entre tantos outros gigantes da literatura mundial. Sobral foi o meu primeiro professor na UnB, e o mais importante deles.

Pode ser que eu tenha tendências totalitárias. Afinal de contas, apliquei o método “sobraliano” a meus alunos de literatura no segundo grau, à época em que me aventurei pelo magistério…

Testemunhei os protestos enfrentados por Sobral no Brasil. Já para Gove a situação é ainda mais difícil, pois sua sala de aula é infinitamente maior, um país inteiro. A eles, defensores da imposição de que os jovens devem ler os clássicos, opõem-se os que dizem não haver nada mais favorável à literatura… do que o prazer de ler, a deliciosa experiência de devorar um bom livro. O ideal, penso, é o meio termo entre as duas convicções. Belo desafio para os professores, de quem já fui colega um dia…"


Mariana Caminha é formada em Letras pela UnB e em jornalismo pelo UniCEUB. Fez mestrado em Televisão na Nottingham Trent University, Inglaterra.

Outro, que não estimula, mas faz graça é esse aqui:


Retirado daqui.