terça-feira, 27 de setembro de 2011

Vamos celebrar o amor!

O sorteio do mês de setembro vem em clima de romance! Lindo lindo! Para combinar com o início da primavera!




Não se preocupem com o tempo. Atrasei o anúncio, mas só poderei fazer o sorteio no dia 3, por conta de uma viagem. Então, o prazo que seria só até o dia 30, este mês vai até o dia 3 de outubro.


O livro de setembro será "O amor que acende a Lua", uma coletânea de crônicas de Rubem Alves, lançada em dezembro de 1999, cujo tema principal é o amor. 


Para participar do sorteio, basta sugerir uma música ou um trechinho de uma música da qual você goste. Ela pode ser romântica, alegre, engraçada, diferente, clássica, dançante... Acompanhada ou não de justificativa. Assim, faremos uma pequena homenagem à sócia musical do blog, srta. envolvida Sofia Cupertino.

A minha música, pra começar, é "Porque eu sei que é amor", dos Titãs. Sem justificativa. Ponto!



Boa sorte a todos!
Envolvam-se!

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Qualquer um pode cantar bem?

(ilustração minha)
Há pessoas que lamentam não ter uma voz bonita, choram por ser desafinadas ou se deprimem por não conseguirem acompanhar nem mesmo o parabéns para você. Apesar disso, adoram cantar e guardam dentro de si um desejo enorme de ser um bom cantor! É possível?

Um professor meu costumava dizer que a diferença entre o talentoso e o não-talentoso é simplesmente o esforço. Um terá mais facilidade que o outro para alcançar o mesmo resultado, mas ambos são capazes de realizar os mesmos feitos! Porém, um talentoso pouco esforçado pode até ser ultrapassado por aquele que se dedica. Um dos segredos, sem querer cair no senso comum mas já esbarrando nele, é treino, treino, treino, disposição para aprender e vontade de superar os obstáculos.
Quando digo que qualquer um pode cantar, eu me lembro do tanto que evolui durante todo esse tempo e de tantos outros cantores quais vejo crescer e se aperfeiçoar a cada dia.
Existem claro, pessoas que parecem ter nascido e, ao invés de chorar, ter cantado. Como a pequena Giulia que ficou famosa por cantar perfeitamente afinada e com uma delicadeza que só pode existir na voz de uma criança de SEIS ANOS!Não consegui postar o vídeo dela aqui, procurem no youtube por Giulia Soncini!

Fenômenos como esse são difíceis de ser explicados e é nessas horas que acreditamos na existência do Dom.rs

Mas enfim, o que quero dizer que quando achamos que cantamos mal, exitem várias características do canto que podem nos estar transmitindo esta impressão:

Voz "feia"?

Talvez o cantor possua um timbre peculiar, fora dos padrões daquilo que é considerado "bonito" e "agradável" pela sociedade.
Lembrando que essa classificação é muito subjetiva e culturalmente construída. Muitas pessoas acham que Chico Buarque "canta mal" porque na verdade não gostam da voz dele. Apesar disso, sabemos que ele é extremamente afinado e defende muito bem suas composições! Outros acham terrível a voz rouca de Janis Joplin enquanto os fãs a consideram incrivelmente expressiva e totalmente compatível com o gênero Rock/blues. Gosto é gosto, cultura é cultura!

Falando em desafinação...

Esse pode ser um grande problema. É um dos defeitos mais evidentes de um cantor e raramente passa despercebido pelos ouvidos mais leigos. Calma! Não é uma assombração imortal, invencível!
Há vários motivos para uma pessoa ser desafinada: ouvido mal treinado, falta de técnica/treino ou problemas (mais raros) biológicos. Mas este é um assunto delicado e complexo.Aos interessados, não deixem de consultar o site http://silviasobreira.com/silvia/pt/livro.php da especialista em desafinação Silvia Sobreira. Fiz uma oficina com ela em Ouro Preto sobre o assunto e posso afirmar que vale a pena dar uma espiada no seu trabalho para lá de esclarecedor. No site tem uma entrevista dela no programa do Jô Soares. Muito boa!

Vergonha?

É, essa danada atrapalha muito! Para cantar precisamos estar relaxados e confiantes. Do contrário, o nervosismo e a insegurança ficam claros na nossa voz. A tensão contrai nossos músculos e bloqueia a respiração. A dica é: confia e entrega! Errar é o caminho para o aprendizado. Chute o medo pela janela; experimente, teste, brinque com sua voz.Incomode seus vizinhos agora para depois ser aplaudido pelo mundo todo!haha!



Não desista! Se você quer cantar bem, você vai cantar bem. Só não vale abandonar o barco! E outra coisa; quanto mais você aprende, mais você tem a aprender. O crescimento nunca acaba a não ser que você atinja a perfeição. Se você fizer isso, me avise que vamos todos construir um templo e louvá-lo eternamente!haha!

Importante: o acompanhamento por um profissional do canto é essencial para que você evolua sem prejudicar sua saúde vocal!

Bom treino! ;)

domingo, 18 de setembro de 2011

XV Bienal do Livro do Rio de Janeiro

Estou atrasadíssima, mas gostaria de contar pra vocês um pouquinho sobre a XV Bienal do Livro do Rio, que aconteceu entre os dias 1º e 11 de setembro, no Riocentro - RJ. O evento recebeu nada menos que 670 mil pessoas, 5% a mais que em 2009, sendo que 76% delas compraram livros, numa média final de 5,5 livros por pessoa. No total, foram vendidos 2,815 milhões de exemplares, a um valor médio de R$ 21,60 cada.

A Bienal é o acontecimento editorial mais importante do país, nos anos ímpares e um evento cultural de mobilização nacional. Quem tirou proveito disto foi a nossa presidente, Dilma Rousseff, e a ministra da Cultura, Ana de Hollanda. Em seu discurso, a presidente anunciou as linhas gerais e diretrizes do Programa do Livro Popular (PLP), criado pela Fundação Biblioteca Nacional para fomentar a produção e a comercialização de livros a R$ 10,00. “Pedi ao Ministério da Cultura e à Fundação Biblioteca Nacional que preparassem um programa para o livro popular”, afirmou a presidente. “Queremos ter uma ação que permita a produção e a comercialização de livros baratos”, disse. Durante a abertura da Bienal do Rio, a presidente Dilma Rousseff assinou ainda o decreto de criação do Plano Nacional do Livro e da Leitura (PNLL). O plano, formulado em 2006, constitui um conjunto de políticas, programas, projetos, ações continuadas e eventos empreendidos pelo Estado e pela Sociedade, para promover o livro, a leitura, a literatura e as bibliotecas no Brasil.

Fico com muitas dúvidas quanto a esse livro popular de R$ 10, não sei se funcionaria e quem compraria. E mais: quem seriam os autores destes exemplares? No entanto, gosto de ter esperanças no incentivo a leitura e na ampliação e valorização das bibliotecas no país. Eu gosto de bibliotecas! Elas têm um grande potencial para atrair novos leitores.

Falando nisso, fiquei curiosíssima com a Maré de Livros, "uma área lúdica e interativa na qual crianças, adolescentes e adultos puderam se divertir no riquíssimo território das palavras", diz João Alegria, seu curador. O objetivo do projeto era contribuir para a formação de jovens leitores. Vejam algumas imagens:


A proposta conceitual parte do pressuposto de que o contato direto e intenso com os livros e as demais formas contemporâneas de apresentação das narrativas é capaz de despertar nas crianças e nos adolescentes o interesse pela leitura, pelas múltiplas leituras, reforçando a formação de hábitos relativos às competências da leitura e da escrita. Chiquérrimo!

É bem provável que eu esteja lá da próxima vez! A previsão é que a XVI Bienal aconteça entre 5 e 15 de setembro de 2013. Vamos?

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Você canta com o diafragma?

(ilustração caseira, precisava traduzir isso em imagem!haha)
Ao ouvir essa pergunta logo imagino uma boca surgindo da minha barriga e soltando um “I love yooooouuuu” em alto e bom tom!
Esta é uma das maiores gafes que todo cantor é obrigado a escutar uma vez ou outra ao longo de toda a carreira. Melhor que responder com grosseria: “não, canto com a boca”, é explicar à pessoa leiga o papel brilhante do diafragma quando emitimos qualquer som. Além de render uma boa conversa, o amigo questionador jamais vai perturbar outro profissional com a perguntinha senso-comum.
Vamos lá?
O canto envolve, na verdade, todo o nosso corpo. A postura e a tensão ou relaxamento de cada músculo influem na boa emissão da voz assim como doenças de estômago, desvio de septo, sono mal dormido, etc. Mas os sistemas mais diretamente envolvidos e, por assim dizer, mais importantes, são o digestivo e o respiratório. O som da nossa fala, essencialmente, nasce do movimento dos nossos pulmões. Veja bem:
O diafragma é um músculo, um dos principais responsáveis pelo controle da nossa respiração. Ele fica logo abaixo dos pulmões e funciona como uma cama elástica, expandindo e comprimindo nossos preciosos “balões de ar”.
Por que ele é tão importante para o canto? Oras, o canto é algo mais que a respiração direcionada! O som é produzido pelos movimentos das nossas pregas vocais (alguns chamam de “cordas vocais”, mas este termo está caindo em desuso) e só existe devido à passagem de ar por estes musculuzinhos que vibram. Depois, ao ser moldado pela boca, lábios, língua e ao passar pelas cavidades de ressonância*, o som ganha cor, brilho e força. Mas onde está sua origem? No sopro da vida!
Então, quanto melhor controlarmos nossa respiração, melhor podemos cantar. Mais domínio teremos de cada nota entoada, da sua duração (que chamamos de fôlego), firmeza e brilho. E IMPORTANTE: respirar corretamente (entre outros fatores) garante a saúde da nossa voz.
Exercendo o controle sobre o diafragma (e também sobre outros músculos envolvidos com a respiração) direcionamos o esforço para os pulmões e “aliviamos” as pregas vocais, deixando-as livres de desgastes desnecessários. Este controle é conhecido como “apoio respiratório”. Aliás, é uma técnica essencial, já que o excesso de trabalho das pregas vocais pode provocar doenças e gerar calos que em alguns casos são removidos apenas com cirurgia. Eu mesma já tive um e, bom, achei terrivelmente desagradável ficar 7 dias sem emitir absolutamente nenhum som para salvar minha voz, durante a recuperação. Ou seja, aconselho à todos, profissionais da voz ou não, a cuidarem com muito carinho daquilo que é fundamental para nossa comunicação com o mundo!Boa idéia, hein? Na próxima coluna vou até postar sobre como cuidar dela direitinho.
Pois bem, o diafragma exerce uma função importantíssima no canto e na fala. Agora, ao invés de perguntar se alguém “canta com o diafragma” você já podem dizer aos seus ídolos que eles “têm um ótimo apoio respiratório”. Ninguém aqui vai ao show de uma barriga cantante, certo? Nada de gafes. Fica a dica! ;)

*Cavidades de ressonância: são como a caixa do violão que é o corpo de madeira do instrumento responsável pela amplificação do som. No nosso corpo, as principais são: pulmões, para notas graves e médias, e cabeça para notas agudas. Além disso, a região nasal pode ser usada para realçar timbres metálicos.

Referência : http://ocantodocanto.blogspot.com/2007/08/curiosidades.html

domingo, 4 de setembro de 2011

Só o começo!

Estou guardando, já há algum tempo, a vontade de contar para vocês sobre o começo de um romance inesperado, com grandes chances de final feliz. Não anunciei antes porque ainda estamos longe um do outro, numa tentativa ansiosa de diminuir a distância BH <-> Rio.

Foi então que comecei a ler Luna Clara & Apolo Onze, de Adriana Falcão. A primeira página começa assim:

LUNA CLARA, SEXTA-FEIRA, NO FINALZINHO DA TARDE

Naquela sexta-feira dos ventos, 7 de julho, logo que a tarde caiu, os acontecimentos começaram a acontecer feito loucos na vida de Luna Clara, justo na vida dela, uma menina que tinha uma vida meio besta.
Ela estava lá, sentada na beira da estrada como ficava todos os dias, esperando, esperando, esperando, esperando, esperando, esperando.
"Será que é hoje que ele chega?"
"É sim."
"Eu tenho certeza absoluta que ele chega hoje."
"Mas eu também tive certeza ontem."
Quando, de repente, um vento ventou do Sul para o Norte e desarrumou seus pensamentos.
Um vento ali?
Que novidade era aquela?
Desde que Luna Clara nasceu, nunca tinha ventado nem chovido na sua cidade.
Ela não conhecia o vento, não sabia muito dele e nem imaginou que ele gostasse tanto de brincar de derrubar o chapéu dos outros, "pára com isso, vento!"
Mas o mais estranho mesmo ainda estava por acontecer.
E aconteceu.


Apesar da distância e do inusitado, da "espera" e do "vento", estamos construindo um belo começo de romance. E se, de acordo com Adriana Falcão, "o que faz cada história de amor são justamente seus acasos, seus contratempos, soltos acontecimentos, suas esperanças, seus ventos, seu tempo", já estamos juntando os nossos (papo para outros posts).

Penso muito nele quando leio 30 páginas de Luna Clara & Apolo Onze. Ele é um ex-namorado e amigo de outros tempos, que reapareceu sem que eu esperasse. Ou esperava e não sabia. É astrônomo, estudioso de mecânica celeste. Gosta de forrozear e tem um ótimo (senso de) humor. Tem sido ele quem me devolve o sorriso e o brilho nos olhos, com seus cafunés virtuais. Foi com ele, enfim, que escolhi estar / ficar, a partir do dia 14 de agosto de 2011. E este é só o nosso começo de final feliz.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Se eu gosto a música é boa.

Ruim é máquina de fotografar que estraga em dois cliques. Ruim é o salário dos professores municipais. Ruim é o vilão. Ruim é o diabo. Mas e a música? Existe música “ruim”?
Muito comumente ouço pessoas que julgam ter um gosto eclético dizerem que gostam de tudo, menos de funk, Axé e pagode. Dizem: “gosto de música boa”.Ou acham que a música que é boa porque gostam? O que veio primeiro, o ovo ou a galinha?
O juízo de valor criado ao entorno dessa arte tende a se confundir com o gosto musical de quem julga. As duas coisas se fundem. Dizemos que é “ruim” aquilo que não nos agrada aos ouvidos ao invés de nos expressarmos dizendo “não gosto”.
Alguns defenderiam a música boa como aquela que é complexa, bem trabalhada. Todos nós reconhecemos o valor daquilo que levou tempo e dedicação para ser produzido. Mas porque o simples estaria fadado à má qualidade? Admiramos uma música difícil de ser executada, uma nota aguda arrancado do fundo do peito, um guitarrista que faz seus dedos sumirem na velocidade do solo porque sabemos do esforço e talento presentes. Muitas vezes este pode se tornar um parâmetro para julgarmos a superioridade de uma produção musical e fazer com que tratemos com desprezo as que não apresentarem tais elementos. Isso não é ser limitado demais? A riqueza pode estar em outros cantos pouco explorados, em detalhes discretos. Para enxergá-los e ouvi-los, não bastam ouvidos abertos; é preciso ter MENTE aberta.
Os estilos musicais devem ser encarados como expressões culturais diversificadas. Nada surge do nada para nada. Cada estilo é fruto de um contexto, de uma necessidade comunicacional. Não pretendo cair no relativismo extremista, pois repudio qualquer extremismo cego, assim como refuto atitudes preconceituosas. Posso rodar um CD que me causa espasmos de alegria sabendo que existe outro alguém que taparia os ouvidos e me indicaria um outro som sendo que eu preferiria me tornar surdo antes de que o som ligasse. Enquanto um samba aqui, outro valseia de lá. Eu ouço rock, ele curte rap. Minha mãe gosta de bolero, meus avós de sertanejo. Isso é diversidade. E diversidade é sempre bom, claro, quando acompanhada de tolerância e respeito.
Não quer gerar polêmicas? Troque o “ruim” pelo “não me agrada”. Pois juízo de valor se discute. Já gosto musical...