Fui visitar o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, com meus alunos. Gostei de muita coisa e tentei fotografar tudo o que pude. Contudo, por mais que eu tente contar aqui tudo que vi, nada substitui a experiência em si. Por isso, deixo a dica (e o convite!) pra quem ainda não conhece.
Uma instalação me encantou, em especial: a Praça da Língua - uma espécie de "planetário da Língua", composto por imagens projetadas e áudio. Uma antologia da literatura criada em Língua Portuguesa, com curadoria de José Miguel Wisnik e Arthut Nestrovski.
Um dos trechos que ouvi e vi veio direto das Memórias de Emília, de Monteiro Lobato. Preciso ler algum livro dele e pretendo pegar, em breve, "O Quixote das crianças" lá na Biblioteca Pública. A ideia central é tanto da boneca quanto do meu pai. Apesar de repetitivas, as brincadeiras do meu pai podem ser bem filosóficas.
O Eterno Pisca-pisca
... a vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a
piscar. Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos -
Um dos trechos que ouvi e vi veio direto das Memórias de Emília, de Monteiro Lobato. Preciso ler algum livro dele e pretendo pegar, em breve, "O Quixote das crianças" lá na Biblioteca Pública. A ideia central é tanto da boneca quanto do meu pai. Apesar de repetitivas, as brincadeiras do meu pai podem ser bem filosóficas.
O Eterno Pisca-pisca
... a vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a
piscar. Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos -
viver é isso. É um dorme-e-acorda, dorme-e-acorda.
Até que dorme e não acorda mais.
Até que dorme e não acorda mais.
A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso.
Um rosário de piscadas. Cada pisco é um dia.
pisca e mama;
pisca e anda;
pisca e brinca;
pisca e estuda;
pisca e ama;
pisca e cria filhos;
pisca e geme os reumatismos;
por fim, pisca pela última vez e morre.
- E depois que morre - perguntou o Visconde.
- Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?
É lindo mesmo; mais que lindo, é fascinante. Vale muito a pena. E quando lembro de coisas assim, minha vontade de ir de mala e cuia pra SP reacende... rs.
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