Quantas histórias cabem em uma caixinha de fósforos?
A brincadeira é a seguinte: você pega um fósforo, acende e diz o que você quiser - se apresenta, conta uma história, não diz absolutamente nada, canta uma música... sei lá... somente enquanto a chama estiver acesa. Apagou, acabou!
A partir disso, estou lançando, aqui no blog, a série Alumia! Como já está claro pra quem me acompanha, eu não sigo tratamentos tradicionais. Vou em busca de mim e da minha cura por outros meios. Para tanto, me proponho a carregar a minha caixinha com toda a minha pólvora e todas as minhas histórias. Se alguém quiser, eu passo o fósforo também. Porque a chama alumia a mente. O fogo é muito breve pra não vir cheio de poesia. Se você der mole a chama acaba e uma grande história se perdeu em fumaça. Não dá nem tempo de telefonar pra criatividade. E se, por outro lado, a gente resolve lamentar a vida, a chama dura uma eternidade... até queimar os nossos dedos.
A primeira história chega em homenagem ao tapa na cara bem merecido que levei na dança hoje:
Meu nome é Priscilla, com dois L's, Pacheco. Eu não sei voar nem recitar. Eu pio baixinho e esqueço da poesia própria das coisas e das pessoas. Eu não sou decidida. Nunca fui violentada. Eu não sou homosexual. Eu não passo meu telefone pra qualquer um. Ultimamente, eu não tenho passado meu telefone pra ninguém. Mas se a Kátia Flávia me pedisse, eu daria. A Kátia não tem problemas de auto-afirmação ou crises existenciais. Eu tenho. Tem gente que é um pouco assim como ela, orgulhosa do que faz e do que é. Eu não. Mas, não! Isso aqui não é psicologia. Não! É poesia! Pára de surtar e inventa!
o problema que fosforo fede hehehehe
ResponderExcluirFoi um dos posts que mais amei! Adorei mesmo! Muito bom!
ResponderExcluirCada um faz do que pode a própria sessão de terapia: dança, canto, estudo, trabalho, buteco, sorvete, chocolate, pizza, telefone, vídeo engraçado...
Eu já senti meu dedo queimando, já vi a chama se apagar com o vento sem eu ter conseguido ao menos começar a falar, já vi fósforo que não se acendia, já gastei uma caixa inteira de fósforos pra conseguir dizer tudo (e sem ter clareza, mesmo alumiada). Porque às vezes falta fogo. Porque às vezes o fósforo está queimado ou molhado. Porque às vezes o palito é curto (ou o pavio). Porque às vezes a sombra é maior.
Ultimamente, virei sócia da Fiat Lux e resolvi falar até queimar os dedos, gastando todos os palitos (daquele enormes). Mesmo assim, tem gente que não se deixa alumiar.
"Meu nome é Kátia Flávia
A godiva do Irajá
Eu tô usando
Um Exocet
Calcinha!"
Ninguém mais riscou o fósforo?
ResponderExcluirNinguém!
ResponderExcluirHá de se ter coragem! Coragem!
Posso sugerir também um momento curto, como o período utilizado para realizarmos o corte das unhas das mãos ou dos pés ou ambas. Podemos inventar e criar personagens, fantasias e histórias de um tema pouco recitado.
ResponderExcluirNeste momento posso imaginar como os movimentos de nossas articulações são sincronizados. Perfeição que garante todo o funcionamento do conjunto. Isto é se relacionar! Mágica que não depende de nossa consciência. O trato do conjunto humano realmente é mágico.
Podemos agachar, abrir os dedos, verificar a senilidade da pele, pensar na maneira de como vivem os bilhões ou trilhões de bactérias que habitam estas regiões e a imensa diversidade delas.
Como nossa consciência é desprezível perto do todo.
E viva o momento, seja lá aonde estivermos.
Sennem Antunes
ps.: Talvez eu seja a Kátia Flávia (versão masculina)
Se for assim
ResponderExcluirSe doer eu choro
se precisar, imploro
se me importar, eu prezo
se é impossível, eu rezo
se não existir, eu sonho
se quer cantar, componho
se eu gostar, eu chamo
se me encantar, eu amo
se for difícil, eu luto
se quer falar, escuto
se é pra sorrir, eu gosto
se for carinho, encosto
se for possível, insisto
se for preciso, existo
TELA
ResponderExcluirLetra: Claudio Dias
A tela fala
Você lê
A mente abre
Você vê
Que já entrou e embarcou nessa viagem
Ao mastigar essa idéia
Tá escrito, tá na vida
Que inventar uma saída
É a melhor forma de chegar
A gente inventa
senta
e tenta
Não explicar
O barato desse troço
É que quanto mais eu posso
Mais o meu é nosso
Mais o seu é vosso
É o fim do particular
Eu uso (o) olho pra comer
Eu uso (a) boca pra correr (o mundo)
A mão pra me comprometer
Eu tenho pés pra procurar
Eu uso dentes pra ganhar
E os ouvidos pra pensar
Meus ombros são para aguentar
Quando o joelho reclamar
Usando os braços pra fazer
O coração querer bater
Assim vou sendo
Sonhando e lendo
Inventando um jeito de ser
Renovando o apetite
Meio gula de Afrodite
Meio verso no grafite
Nas paredes do mundo
Voando rasante ou indo fundo
Sem me prender ou soltar
Quero a Tela Bela
Como página
Linda como teclas
útil como a palavra
Quero a letra que lavra
O(s) tema(s) de caminhos
Desde pergaminhos
A computadores
Quero chips pra comer
E processar no meu ser
A vã memória de ter
A ilusão do saber
A ilusão do saber
A tradução do prazer.