Para concorrer ao livro de janeiro,
A menina que roubava livros, de Markus Zusak, gostaria de pedir a vocês um comentário-protesto, parecido com os que eram feitos no quadro
Púlpito, do programa Altas Horas (Serginho Groisman - Rede Globo). Ainda não li esta obra, mas gosto de acreditar que a tal surrupiadora tenha feito seu protesto e sua história através de cada livro roubado e do gosto pela leitura.
Ao perceber que a pequena Liesel Meminger, uma ladra de livros, lhe escapa, a Morte afeiçoa-se à menina e rastreia suas pegadas de 1939 a 1943. A mãe comunista, perseguida pelo nazismo, envia Liesel e o irmão para o subúrbio pobre de uma cidade alemã, onde um casal se dispõe a adotá-los por dinheiro. O garoto morre no trajeto e é enterrado por um coveiro que deixa cair um livro na neve. É o primeiro de uma série que a menina vai surrupiar ao longo dos anos. O único vínculo com a família é esta obra, que ela ainda não sabe ler. Assombrada por pesadelos, ela compensa o medo e a solidão das noites com a conivência do pai adotivo, um pintor de parede bonachão que lhe dá lições de leitura. Alfabetizada sob vistas grossas da madrasta, Liesel canaliza urgências para a literatura. Em tempos de livros incendiados, ela os furta, ou os lê na biblioteca do prefeito da cidade. A vida ao redor é a pseudo-realidade criada em torno do culto a Hitler na Segunda Guerra. Ela assiste à eufórica celebração do aniversário do Führer pela vizinhança. Teme a dona da loja da esquina, colaboradora do Terceiro Reich. Faz amizade com um garoto obrigado a integrar a Juventude Hitlerista. E ajuda o pai a esconder no porão um judeu que escreve livros artesanais para contar a sua parte naquela História.
O prazo para os comentários termina, como sempre, na noite do dia 30. Vale reclamar também que o céu está azul em exagero ou que a vida é maravilhosa demais. Subam no caixote e se manifestem!
Meu protesto é inspirado no brinde que ganhei no ônibus numa segunda-feira qualquer: Uma jovem se ofereceu para carregar meus livros, Memória de minhas putas tristes e O hobbit. Para minha sorte, infelizmente, ela tinha acabado de passar no vestibular para a faculdade de Letras e me perguntou sobre os livros. Nunca ouvira falar nesse tal García Márquez e seus Cem anos de solidão. É cristã evangélica (por favor, não entendam como preconceito!) e está escrevendo um livro num caderno, à medida que Deus fala com ela. Foi recitando muito amor e fé e luz e paz ao longo do trajeto, tentando me evangelizar. Então...
Eu protesto contra o aumento anual das passagens de ônibus, contra a lotação dos coletivos e a favor do direito do cidadão de viajar em paz!
Amém! E boa sorte!
Beijo.